quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Sobre Zeus

Os Jogos Olímpicos surgiram na Grécia em 776 a.c. como um tributo aos deuses, entre eles Zeus, deus do céu e da terra, senhor do Olimpo, deus supremo. De ascendência nada modesta, filho dos titãs Cronos e Réia, Zeus tornou-se temido e venerado. Atribui-se a ele o poder de controlar raios, trovões, chuvas e tempestades, daí tamanho respeito da população pelo barbudo de cara fechada e traços fortes.

Voltando ao Jogos Olímpicos. Eles foram proibidos no ano de 393 da era atual por serem considerados uma manifestação do paganismo. Voltaram em cena em 1896 e perduram até hoje, tendo sido interrompidos apenas quando a coisa ficou feia durante a Primeira e Segunda Grande Guerra Mundial.

Passaram a ser o símbolo máximo da união entre os povos, do respeito à liberdade e da superação humana. Mas o simbolismo vai muito além. As Olimpíadas se tornaram demonstração de poder econômico, bélico e político. Vide Munique (1976), Moscou (1980), Los Angeles (1984), Atlanta (1996) e Pequim (2008).

Mas Pequim? - pegunta você. - Mas não teve nenhuma bomba que não às dos fogos de artifício ching-lings!

Sim, respondo eu. - Nem só de bombas se faz uma guerra.

A guerra que vimos nesse último mês foi um guerra não declarada. De um lado uma potência que quer se tornar superpotência e do outro uma superpotência com as pernas meio bambas e uma ressaca de anos de poder absoluto. De um lado a tentativa inútil de maquiar a fera para vendê-la como bela, do outro a bela madrasta malvada. De um lado o Tibete, a poluição e o terrorismo, do outro o Iraque, a poluição e o terrorismo.

A China possui 135 milhões de pessoas na pobreza, vivendo com menos de US$ 1,25 por dia, mas gastou 42 bilhões de dólares nos jogos (120 milhões só na cerimônia de abertura). Já os custos da guerra no Iraque devem chegar aos 2 trilhões de dólares, enquanto os Estados Unidos vivem a maior recessão desde a quebra da bolsa de valores em 1929.

Sim caro amigo, cara amiga, isso é uma guerra. Mas está só no começo. As Olimpíadas de Pequim geraram mídia espontânea para o país e deixaram em todos a sensação de que nada de mau pode vir daquele povo de olhinhos puxados e sorriso estampado no rosto. Espere e verá. Daqui há 20 ou 30 anos seus filhos ou netos estarão aprendendo mandarim, chop suey estará no cardápio de qualquer fast-food e ping-pong será preferência nacional ao invés do futebol.

E por falar em futebol... Melhor deixar pra lá.

Vamos nos focar agora nas Olimpíadas do Rio 2016. Treinamento pesado pra que o Brasil não faça feio em casa, muito amor pela camisa e a certeza de uma coisa: Zeus é Brasileiro!

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