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Está em vigor. Lei que garante penas mais severas e multas mais pesadas para os que dirigirem sob o efeito de álcool já está nas ruas. Bebeu um golinho, suspensão da carteira e multa de quase mil reais. Bebeu muitos golinhos, pode até ser preso.
A eficiência de leis como essa pode ser comprovada em países que passaram a aplicá-la e a cumpri-la. Nos Estados Unidos a punição para aqueles que dirigem embriagados pode ser extremamente severa, vai de aulas obrigatórias e reuniões em Alcoólicos Anônimos até prisão, sem direito a fiança. Na grande maioria dos países da Europa leis semelhantes já vigoram há tempos.
E no Brasil? A coisa vai mesmo funcionar? A fiscalização vai existir? As penalidades serão aplicadas?
Mais do que isso. Essa lei é justa? Ou aplicável no contexto tupiniquim?
Não, não é. O universo em que nós vivemos é completamente diferente do universo dos países de primeiro mundo onde a legislação acerca de álcool e direção realmente funciona. É muito mais fácil simplesmente proibir do que criar meios pelos quais atitudes que coloquem em risco a vida de si próprio e de próximos não sejam tomadas. Cidades como Nova Iorque, Washington, Los Angeles, Londres, Tóquio, Paris, Melbourne, Toronto, entre outras tantas, possuem meios que justificam leis tão severas, penas tão duras.
No Brasil existe uma falsa sensação de direito ao lazer e à diversão. Em lugar algum se especifica que lazer e diversão não incluem uma cervejinha ou um bom vinho. É certo dirigir completamente embriagado arriscando vidas? Definitivamente não! Mas ao mesmo tempo é justo andar a pé e ser assaltado, talvez assassinado? Também não.
Seria muito mais fácil para todos e melhor para o meio ambiente deixar o automóvel em casa e pegar um metrô, ou ônibus para a boate ou bar mais próximo. Isso sim soa justo pra mim. O governo utilizando a verba arrecadada através de tantos impostos sobre o trabalho suado de tantos milhões de brasileiros em transporte público de qualidade e segurança nas ruas, isso sim é justo.
Mas não. É mais fácil proibir e coagir pelo medo, mesmo que um medo um tanto infundado, visto que o número de bafômetros nas ruas e rodovias corresponde a menos de 20% do necessário, ou que parte da polícia se corrompa tão facilmente, visto que a justiça possui tantas brechas que favorecem os que andam à margem da lei.
E com tudo isso nem nos lembramos mais de dossiês fantasmas, dos gringos cada vez mais à vontade para se apropriarem da Amazônia, da máfia das carteiras de habilitação falsificadas, ou mesmo daquela menininha que despencou do sexto andar. Qual o nome dela mesmo?
Malandragem e jeitinho brasileiro. Não os tenho, não quero tê-los. Pelo menos não no sentido pejorativo, que já nem sei mais se é mesmo pejorativo, já virou eufemismo pra ladroagem. Associação involuntária à essência nacional. Vai desde o ladrão de galinhas até os de colarinho branco. Cada qual querendo ganhar o seu. De preferência sem muito esforço, afinal de contas, o Brasil é um país tropical abençoado por Deus e se esforçar muito cansa, ainda mais sob o sol escaldante dos trópicos. Melhor mesmo é sombra, água fresca e bolsa-família.
O nauseabundo que vos escreve já conheceu muitos brasileiros, de várias regiões, sotaques, crenças, opções sexuais e morais. Figuras ímpares do cotidiano tupiniquim já passaram pelos olhos e ficaram gravadas na memória deste errante. Muitas dessas figuras vieram de encontro ao nauseabundo em noites gélidas de inverno no hemisfério norte, regadas a muita cerveja, tequila, mentira e ferormônios. Alguns em busca de riqueza, outros de diversão. E tudo acabava em pizza, sem trocadilhos.
Em termos gerais, os nativos dessa terra esteriotiparam os brasileiros como um povo alegre, bom de futebol, trabalhadores árduos e competentes, mas pilantras. Isso mesmo, pode dar emprego a um brasileiro, até recebê-lo em sua casa, mas fique com os olhos bem abertos senão eles levam até sua alma. Claro que praticamente todos eles desconhecem praticamente tudo sobre nós. Mas como julgá-los se “nós” mesmos nos apresentamos assim. Tentando levar vantagem sobre tudo e todos. Brasileiro bom é brasileiro esperto, que paga menos e ganha mais do que o outro. Não é mais ou menos assim que grande parte de nós leva sua vida?
Minhas sinceras desculpas pela generalização apressada, mas assistir o telejornal faz qualquer um acreditar que essa condição é regra e não exceção. E depois de viver quase um ano entre brasileiros em um país que não o nosso reforça ainda mais essa crença.
É possível ver de tudo um pouco, de falsificação a latrocínio, passando por fraudes, estelionato e, claro, prostituição, que o diga o governador de Nova Iorque. O primeiro conselho dado por um brasileiro nessas terras: Não confie em brasileiros! Simples assim. Afirmação clara e concisa, sem meio-termo. Claro que um pouco exagerada, mas ainda assim bastante útil.
Em conversa com outro nauseabundo errante recém-chegado de terras orientais, a mesma constatação e uma informação que deixa qualquer tupiniquim envergonhado. Na terra do sol nascente a maior comunidade carcerária imigrante é de - adivinhe?! - brasileiros. Em algumas cidades com alta concentração de dekasseguis – pessoas que emigram para o Japão em busca de trabalho – há mais brasileiros nas cadeias do que os próprios nativos.
Aqui vai um apelo desesperado de um brasileiro que trabalha muito e só tem o que é seu por direito: Não façam isso! Não manchem a imagem de todo um povo em busca de benefícios pessoais e realizações materiais. O nosso povo é muito mais do que isso. Não queremos ser barrados em um posto de imigração espanhola e tratados como vendedores de sexo, não queremos ver americanos nos negando a abertura de uma conta bancária, não queremos um japonês mudando de calçada ao passar por nós. Só queremos respeito em países em que somos convidados - repito: convidados - a visitar ou morar.
“É tão estranho, os bons morrem jovens. Assim parece ser quando me lembro de você. Que acabou indo embora, cedo demais.” Renato Russo
Certa vez conheci um garoto que à primeira vista era como qualquer outro, com suas incertezas, inseguranças e rebeldia. Isso foi 1995, primeiro ano do ensino médio.
Esse garoto cuja ascendência nunca foi revelada – algo entre turco e libanês – tinha um poder incrível de cativar as pessoas com sua simplicidade e naturalidade, talvez por isso vivesse tão rodeado de amigos.
Uma figura ímpar. Nascido em uma família de classe média alta, tradicional, com posses e sobrenome conhecido lá pras bandas do Triângulo Mineiro, ele optou pela simplicidade. Na verdade acho que nem foi uma opção, e sim o caminho natural a ser percorrido pela sua alma. Não podia ser de outra forma, ele era assim, nem dinheiro, fama ou prestígio poderia mudá-lo. Não sonhava com carros importados e sim com uma Kombi, pois esta seria como seu coração, grande o bastante para caber todos os amigos.
Era uma figura despretensiosa, sem grandes ambições, só sonhava em ser médico, não por dinheiro, conforto ou status, creio eu, mas para continuar cicatrizando as feridas do corpo e da alma das pessoas. Podia ser tudo o que quisesse, era de uma inteligência impressionante, multitalentoso e dono de um carisma que lhe abriria todas as portas que quisesse. Mas como já disse, era despretensioso, alheio aos padrões impostos pelos modismos de uma cidade ainda com ares coronelistas, parecia se divertir com as críticas e olhares infames sobre as suas roupas, seu cabelo, sua barriga, sua linguagem propositalmente chula e seus trejeitos espalhafatosos.
Teve que amadurecer muito cedo, graças à perda prematura do pai. Caiu sobre ele toda a responsabilidade de “homem da casa”, por ser o mais velho filho varão. Tarefa desempenhada com sucesso, que lhes digam os irmãos e a mãe viúva. Talvez por ter amadurecido assim tão rápido, sua missão nessa Terra tenha se completado ainda tão cedo. Quem pode entender os desígnios de Deus? E por isso se foi, se despediu de todos nós naquela curva com o motor em alta rotação e o coração disparado.
Não tive coragem de vê-lo no caixão, queria guardar só as imagens felizes de outrora, por isso fiquei lá, olhando com os cantos dos olhos o perfil da caixa de onde saíam suas mãos pousadas sobre a barriga. Senti-me impotente, sozinho.
Ele não chegou a se formar médico, mas tenho a certeza de que está agora curando as feridas dos que a ele chegam, enfermos de toda uma vida passada nesse planeta.
“A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística.”
Joseph Stalin
O que seria do mundo se não tivéssemos passado por duas grandes guerras mundiais? Deixando de lado por um tempo a nossa humanidade e coesão social; e analisando friamente dados desde o início da 1ª Guerra Mundial em 1914, até os dias de hoje, a conclusão pode ser assustadora. Viveríamos hoje em uma sociedade muito diferente dessa que você conhece.
Durante todo o curso da 1ª Grande Guerra Mundial estima-se que 40 milhões de pessoas morreram, durante a 2ª Grande Guerra Mundial mais de 72 milhões, Vitenam, por volta de 1,6 milhão de mortes, Coréia, 1,5 milhão, Kashmir, Iraque, Afeganistão, Kargil, Palestina, Congo, Ruanda, Haiti, alguns outros milhões. Somando tudo temos centenas de milhões de mortos desde o início do último século.
Sem todas essas guerras, estima-se que a população seria hoje, aproximadamente 20% maior, ou seja, teríamos mais 1,2 bilhão de pessoas utilizando combustíveis fósseis, se alimentando, bebendo água, produzindo esgoto, buscando tratamento médico, etc. Pare por um instante e pense no impacto de tudo isso no status quo atual. Pare e pense na calamidade em que vive o mundo atual e como seria com mais 1 bilhão e 200 milhões de pessoas.
Some a tudo isso o atraso tecnológico que certamente seria parte da realidade atual em que vivemos.
Se um dia foi possível lançar foguetes e telescópios ao espaço, sondas a Marte, ônibus espaciais à Lua; se foi possível atravessar o Atlântico de Londres a Nova Iorque em pouco mais de duas horas, ou dar a volta ao mundo em um helicóptero; se foi possível um dia gerar energia suficiente para iluminar cidades inteiras a partir de gramas de plutônio, deutério ou tório; ou ainda se foi possível este que lhe escreve postar esse texto em um blog na grande rede mundial de computadores ou falar com você ao celular; tudo isso se deve aos avanços tecnológicos provenientes das corridas pré e pós-guerras.
Pense ainda nos avanços da medicina no último século (devido em grande parte, diga-se de passagem, aos experimentos realizados com judeus durante o holocausto), nos avanços jurídicos advindos em grande parte da luta de entidades humanitárias durante confrontos passados, ou ainda nos avanços na agricultura. Você sabia que a base para os pesticidas lançados hoje nas plantações de todo o mundo veio de um componente de armas químicas utilizadas durante a 1º Guerra Mundial?
Seria insano e desumano acreditar que o conforto e a modernidade em que vivemos hoje pode justificar todas as vidas perdidas em um século na escuridão. Vidas essas que ainda se perdem no Oriente Médio, África, Américas Central e Latina, Ásia. Mas que é impossível deixar de pensar no que seria de nós hoje, isso é.
Nunca gostei de me abrir, de deixar as pessoas me conhecerem muito bem. Exceto por aquelas a quem me apegava, por vontade ou necessidade. Hoje descobri que todo mundo me conhece. Sabem do que gosto, do que quero, quem já fui, quem nunca vou ser. Todo mundo sabe tudo. Sou um livro aberto de onde adjetivos, substantivos e verbos se desprendem esvoaçantes para entrar na casa de qualquer um. A culpa de tudo isso: INTERNET.
Isso mesmo, a mais importante invenção desde o transistor. A internet. Peraí que já explico. Mas antes gostaria de contar duas coisas importantes. Primeiro sobre a minha id. Ela é inconstante, latente e escusa. Perambula por caminhos sombrios e enlameados, com prostitutas mancas vendendo aceitação em frente a um bar com porta de madeira, tipo aquelas dos bares dos filmes de faroeste. Ela funciona à base de criatividade, cerveja e despudor, não necessariamente juntos. Segundo sobre o que a primeira me leva a fazer. Algumas passagens me envergonham e estão trancadas na cela mais fria, escura e úmida do meu superego.
Voltando à internet. Ela é responsável pela minha nudez social. Quem consegue resistir a um bom site de relacionamento? Parece que foram criados pra cimentar a lacuna entre você e qualquer um no mundo. Me senti parte de algo maior. Era como se eu tivesse o mundo dentro do meu Pentium 2. E sorrateiramente esses sites me fizeram acreditar que todos aqueles profiles eram de seres humanos bons, tão solitários quanto eu; e que queriam me conhecer.
Contei tudo, ou quase tudo. Nove páginas de perfil no Orkut. Outras tantas no Hi5, mais algumas no Tagged, no Flickr, no MySpace, no PlixNet, entre outros. Um vício alimentado pelos e-mails de amigos com convites pra me associar a mais um grupo social. Vinha aquela falsa sensação de que enfim eu fazia parte de um grupo, aliás, de vários. Podia caminhar entre os nerds, os ricos, os pobres, os loucos.
Mas numa tarde ociosa de terça-feira a verdade veio ao meu encontro e me esbofeteou com sua mão pesada e polida. Não era parte de nada. Os que não eram meus amigos antes continuam não sendo, os que eram ainda são, os novos estão em estado probatório; e por aí vai. Não mudou nada, exceto pelo fato que agora todo mundo sabe tudo de mim. PLAFT!!! Outra esbofeteada da verdade. É mentira. Ninguém sabe nada a mais, pois quem nunca se interessou não passou a se interessar e ler as letras miúdas dos meus perfis, os que se interessavam não precisaram ler pois já sabiam. Continua tudo do jeito que estava há 10 anos atrás.
E assim despeço-me dos sites de relacionamento. Quem quiser me conhecer, me reencontrar, telefonar, conversar, que me procure na lista telefônica ou na de foragidos. Sem mais scraps, depoimentos ou mensagens instantâneas.
P.S.: Só conheci uma pessoa com menos de 50 anos de idade que conseguiu resistir às tentações das redes de relacionamento. Muito mais por medo do que por vontade. Não é Paulinha?
P.P.S.: Dez minutos depois de postar, ao abrir o Orkut pra cancelar minha conta, desisti. Vai continuar tudo do mesmo jeito. Scrap, depoimento e mensagem instantânea. É mesmo muito mais fácil falar do que fazer.
Onomatopéia: figura de linguagem que designa expressões ou palavras cuja sonoridade imita a voz ou ruídos de objetos ou animais.
Fui publicitário um dia, deixei de ser, voltei a ser e continuo sendo até segunda ordem. Sempre convivi com os modismos da profissão. A máxima “Nada se cria, tudo se copia” sempre esteve presente nos reclames publicitários, mas parece que atualmente a coisa desandou. Ficou descarado demais.
Um exemplo claro vem dos anúncios de magazines. Em 30 segundos de VT você não consegue passar mais de três sem ouvir um estridente BOOM, CRACK, PLAFT e/ou BANG!!! Já nem sei mais quem é locutor e quem é FX, misturou tudo.
Será mesmo necessário tanto ruído para se conseguir a atenção do consumidor e fixar a mensagem em seu subconsciente? Não sei, só sei que todo mundo faz então vou fazer também.
A coisa já estava me incomodando muito, mas o caldo entornou de verdade quando vi o reclame de uma universidade particular anunciando um plantão de vestibular com todos os BOOMS, CRACKS, PLAFTS e BANGS acima, e mais alguns outros que nem me recordo. Melhor assim. Aí não!!! A brincadeira ficou sem graça. Como sou o dono da bola, vou levar comigo e ninguém brinca mais. Universidade não! Não pode! Foge de tudo que mamãe disse ser certo.
Amigo, amiga. Apesar de algumas parecerem, universidade não é celular, não é televisor, não é cama de casal, muito menos armário. Não se anuncia como um bem de consumo semidurável. Nem universidade, nem plano funerário e nem casa de massagem.
Estava atordoado diante do que vi, resolvi então sair no encalço do responsável por aquela barbárie. Contatei amigos da CIA, subornei fontes do governo e contei até mesmo com a ajuda de Jack Bauer para rastrear o paradeiro do alvo. Me aproximei, paguei para ele uma cerveja, conquistei aos poucos sua confiança e puxei conversa como quem não quer nada. Tive a confirmação. Ele era apenas um mero publicitário seguindo ordens de alguém muito mais poderoso: o cliente. Com os olhos marejados e um nó na gargante ele me confessou: “Tentei argumentar, mas o cliente estava irredutível. Era sua palavra final. O anúncio teria que ser como o do magazine local”. Ele se deu por vencido e por medo de represálias contra a sua vida e a de sua família acatou as ordens.
Cliente, peço encarecidamente. Não faça isso. Dê ouvidos a nós, simples mortais, publicitários.
Um ex-patrão costumava me dizer que odiava “achismos”. Acho isso, acho aquilo. Concordo com ele. Nada pior que um empresário achar que seu cliente é assim ou assado, simplesmente por achar. Não se conhece bem uma pessoa antes de uma boa pesquisa e de muita observação empírica. Acreditar no contrário é atribuir ao ser humano uma complexidade inferior à de uma cabra.
Já ouvi muitos pseudo-especialistas gritarem em alto e bom tom que seus clientes não entenderiam, nem gostariam de uma campanha de bom gosto, limpa, inteligente, simplesmente porque esses clientes seriam de classes C, D ou E.
Desde quando dinheiro ou estudo garantem necessariamente bom gosto e inteligência?
Desde quando é necessário ser milionário para se visitar o MASP? Desde quando é necessário ser PHD em física quântica para acessar a internet e baixar a obra completa de Machado de Assis?
Caro leitor, cara leitora, não se deixe levar pela tentação de estereotipar indivíduos pela escolaridade ou classe social em que estas se encontram. Você pode acabar descobrindo que mesmo sendo classe A, você ainda está na classe E.
P.S.: Nunca confunda conhecimento com inteligência. Há uma grande diferença entre essas duas palavras.
(ao som de Wolfmother* – Joke and the Thief)Peço antecipadamente o seu perdão. Sou pragmático no que diz respeito ao bom gosto musical. Ou você tem, ou não. Não existe meio termo. E gosto se discute sim meu senhor, minha senhora. Por isso te digo de antemão que você pode ler algo no desenrolar deste texto que o fará se sentir incapaz, inexpressivo e irracional, talvez até mesmo desprovido de inteligência e raciocínio.
Não que eu seja o dono da verdade ou mesmo um grande entendedor do assunto. Não toco nenhum instrumento. Tentei aprender violão mas não passei do "Pra não dizer que não falei das flores". Nem me arrisco a tentar algum outro. A sombra do fracasso parece me perseguir quando me pego em casa solando "Comfortably Numb" em uma guitarra ilusória. Acho que não consigo passar por mais uma decepção, logo, não toco nada. Também não canto. Nem mesmo hino de clube de futebol. Mas tenho um bom ouvido, uma conexão banda larga, leio muito sobre o tema e tenho mais de 7.000 arquivos MP3. Por isso me considero capaz de divagar um pouco sobre o assunto.
10 verdades sobre a música:
1. Funk é um dos melhores e mais ricos estilos musicais;
2. Britney Spears ainda é virgem, seus filhos são fruto de fertilização in vitro;
3. Música sertaneja não fala só de traição, amor, cachaça, rodeio e banco de praça;
4. Os integrantes do Village People não eram gays;
5. Negritude Jr., Os Travessos e Molejão são os melhores representantes da cultura brasileira;
6. Michael Jackson fez apenas três cirurgias plásticas e nunca se relacionou com crianças;
7. Axé é muito mais do que carnaval e trio elétrico;
8. Ozzy Osbourne nunca usou drogas;
9. Sandy & Júnior são o futuro da Música Popular Brasileira;
10. Elvis não morreu.
Àqueles que realmente acreditam que música clássica é chata, que rock n' roll é coisa de maconheiro, MPB é pra afeminados e blues é coisa de “preto” eu digo categoricamente que viver uma vida inteira sem o prazer de um inverno de Vivaldi, sem a ira de um solo de Jimmy Page, sem a profundidade de uma letra de Chico Buarque, sem a rica simplicidade de Muddy Waters, é como não ter vivido.
* Wolfmother me trouxe de volta a esperança de que um bom rock n' roll ainda pode ser feito.
Há alguns meses tive minha primeira experiência com o iPhone, novo brinquedinho da APPLE. O dispositivo "relativamente" compacto transmite áudio, vídeo, possui câmera digital imbutida, oferece acesso à internet, conexão wi-fi e, pra nossa surpresa, funciona também como um telefone móvel!!!! O teclado é sensível apenas ao calor do toque humano. Você nem vai ter que preocupar em travar o teclado! Aliás, que comentário retardatário!... O smartphone possui teclado virtual e apenas 3 botões físicos, se não me engano.... Um mero detalhe.
Não sei... Sempre fui severamente criticada, mas não consigo assimilar inovações tecnológicas com desenvolvimento positivo, como a maioria o faz. Não tô aqui pra negar que conforto e qualidade de vida me agradam. Não mesmo!... Mas o que nunca consegui ignorar foi o questionamento à respeito das conseqüências à longo prazo.
Existem dados simplesmente incontestáveis. Hoje, crescimentos alarmantes no número de mortes por causas não-acidentais estão diretamente associados à insuficiência alimentar (o que NÃO diz respeito à insuficiência quantitativa), sedentarismo, estresse e depressão - abuso de álcool incorpora-se nestes últimos.
Índices de suicídios em países industrializados e desenvolvidos como Japão, Austrália(pasmem), Dinamarca e França só aumentaram, a partir da segunda metade do século XX.
Não dá pra discordar que desenvolvimento de mecanismos de saneamento básico, investimentos no setor farmacêutico e inovações na área médica ajudam gradualmente a elevar dados relacionados à expectativa de vida, mas, o que me preocupa é a Criação de necessidades que o desenvolver tecnológico revela dia após dia.
O ser humano sobreviveu milênios sem depender intrinsecamente de celulares, de automóveis, lavadoras de roupas, de armas químicas, porta-aviões e de arranha-céus; agora, eu tristemente admito que, levando o ritmo de vida padrão norte-americano que levo, não saberia O QUE FAZER sem uma lavadora de roupas! Adicione aí também uma secadora, porque o quarto que alugo num apartamento de 50 metros quadrados mal suporta minhas parafernálias, quem dirá um varal pra estender roupa molhada.Agora, só restam controvérsias. Ao passo em que nos tornamos dinâmicos e sofisticados, conquistamos vulnerabilidades cada vez mais expressivas. A natureza sempre reclamou, mas nunca fez tanto escândalo como agora, literalmente! California e Louisiana que o digam!
Desde que me mudei pra cá, idas ao supermercados sempre me trouxeram incômodos.
Primeiro pela elevação de preços de produtos ORGÂNICOS, que pra mim, só delineia a proximidade do apocalipse! NÃO tô exagerando, é sério e não ria.
Segundo, as uvas e as melancias. Desde que me entendo por gente tanto uva quanto melancia têm semente. E na real? .. faça-me o bendito favor! Praticamente todo ser humano é capaz de separar a semente da fruta. Convenhamos, não é um esforço tão desumano assim!
Terceiro, idas solitárias ao supermercado me deprimem! ... E nem se você me der um iPhone isso vai mudar!
MT
Texto escrito por MTMS, estudante, já viveu nos EUA, atualmente vive no interiorrrrrr de SP. Tem muita dificuldade para ligar a televisão, colocar o ferro de passar roupa para funcionar ou estourar uma pipoca no microondas. Não tem celular.
Pau na bunda daqueles que dizem que inspiração é papel e caneta na mão. O caralho que é. Escrever é foda, sem inspiração texto é informe publicitário de funerária. Repito: escrever é foda, ainda mais se for pra escrever a porra do texto sem palavrão.